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Caminho da Liberdade: a geografia de um drama

Baseado em fatos reais, a obra é um belo retrato sobre os limites da capacidade humana é um prato cheio para os amantes de Geografia e da História.

Fonte: cinerama-caminho-da-liberdade

Publicado em 11/06/2017

Por que assistir?

O trama relata a jornada real do polonês Slavomir Rawicz, que fugiu de um gulag (sistema de campos de trabalhos forçados da antiga União Soviética) entre 1930 e 1960 com outros prisioneiros. Ele andou por mais de 6.000 km até chegar à Índia, em 1942. O filme é baseado no livro Caminho da Liberdade, da Editora Record.

O ano é 1940. O preso político Janusz (Jim Sturgess), aprisionado em um gulag, lidera uma fuga impossível, com mais seis prisioneiros, atravessando a Sibéria e outras regiões em condições adversas de clima e alimentação.

Caminho da Liberdade é um filme que trabalha a natureza humana e física ao mesmo tempo, de maneira recíproca. Ao retratar a desumanidade do campo de concentração da União das Republicas Soviéticas, sob os regimes de Lenin (1917-1924), Stalin (1924-1953) e Krushev (1953- 1956), local em que os presos e presos políticos cumpriam trabalhos forçados por heresia em oposição ao regime totalitário, o filme abarca o extremismo das relações que se estabeleciam na conjuntura de Segunda Guerra e em seguida a Bipolarização do Mundo.

A reflexão sobre a temática das condições humanas no período de guerra se dá quando 7 prisioneiros escapam do Gulag por anseio de uma vida livre, mas esbarram nas difíceis condições físicas da Europa Oriental e da Ásia. O filme consegue mesclar geograficamente as relações políticas entre os países em que os prisioneiros percorrem e a sobrevivência nas condições físicas dos biomas ao qual atravessam.

Eles percorrem distintas altitudes e tipos de climas diferentes, como: polar, frio de montanha, temperado e tropical; e cinco tipos de vegetação: taiga (floresta conífera), vegetação herbácea de transição, deserto e savana indiana. O filme é uma coprodução da National Geographic, o que garante belas tomadas com um cenário espetacular que acaba se tornando um personagem da obra. 

Os fugitivos andam aproximadamente 6.500 km, a partir do Gulag, na Sibéria, um território extremamente frio e inóspito, passando pelo deserto de Golbi na Mongólia e na cordilheira do Himalai no Tibete, além disso, os prisioneiros em fuga se deparam com países ao qual não tinham ideia que eram aliados da URSS em 1940, como a Mongólia.

Apesar do filme apresentar paisagens incríveis, o mais interessante são os conflitos constantes sejam entre a escala dos regimes políticos dos países que eles percorrem na época, ou seja da escala dos conflitos individuais entre eles. Por isso o filme abriga uma profunda reflexão sobre nossos instintos humanos em busca da liberdade.

Trailer do filme