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Nós Alimentamos o Mundo

Por que assistir?

“Nós Alimentamos o Mundo” (2005) é um documentário sobre a produção de alimentos no mundo globalizado. Nos dias atuais nunca se produziu tanto alimento na história da humanidade, porém, nunca se desperdiçou tanto. Esse grave problema se manifesta na escassez em meio a abundância mundial da produção industrial de alimentos, onde a população de países pobres sofre de desnutrição crônica e aguda enquanto esses países exportam seus alimentos para países ricos.

O documentário começa com o desperdício de pães, toneladas deles são jogadas no lixo diariamente por terem apenas dois dias de validade após a fabricação. “Todos os dias em Viena a quantidade de pão não vendido que é enviado de volta para ser jogado fora seria suficiente para alimentar a segunda maior cidade austríaca, Graz.” Alimentos ainda bons para o consumo vão para o lixo para satisfazer leis de consumo.

Os documentaristas vieram ao Brasil e mostraram como as plantações de soja no Mato Grosso destroem a floresta amazônica. Noventa por cento desta soja é exportada para servir de ração para as criações europeias de animais de abate, o que gera a conclusão de que esses bichos se alimentam da floresta amazônica que é destruída para o plantio da soja. Também é mostrado que o problema de desequilíbrio ambiental não é apenas para o Brasil, mas para toda humanidade.

Como os modos de vidas de pescadores e camponeses, por exemplo, que dependem de atividades econômicas artesanais são afetados pelas atividades industriais no mundo globalizado? O documentário revela a diferença entre as dinâmicas de produção artesanal e produção industrial de alimentos. No filme é mostrada a pesca artesanal e a diferença entre a qualidade dos peixes que são trazidos diariamente ainda frescos em comparação com a pesca industrial, em que navios ficam de quinze a trinta dias no mar e trazem toneladas de pescado com pouca qualidade.

Vale a pena assistir em sala de aula?

Sim. Os entrevistados não foram somente pescadores, agricultores, agrônomos, biólogos e Jean Ziegler da ONU, mas também o diretor de produção da Pioneer, maior empresa de sementes do mundo, e Peter Brabeck, presidente e CEO da Nestlé International, a maior empresa de alimentos do mundo.

O documentário consegue apresentar diferentes realidades do mundo (Viena, Suíça, Espanha, França, Brasil entre outros países) que estão inseridos na lógica globalizante de produção industrial de alimentos.

“Nós Alimentamos o Mundo” nos leva a reflexão: qual é a geografia dos alimentos que você consome no seu dia-dia? Ao comprarmos um alimento no mercado na maioria das vezes desconhecemos a sua procedência: como, quando e onde ele foi produzido.

Curiosidades:

O documentário da Áustria do diretor Erwin Wagenhofer foi de maior público da história do cinema austríaco. Foi exibido no Festival do Rio de 2006, mas não entrou em circuito no Brasil. Recebeu os prêmios: Guild of German Art House Cinemas – best documentary, Motovun Film Festival – Amnesty International Award e FIPRESCI Prize