Quer comer um docinho? Hoje, basta ir até o supermercado e comprar uma barra de chocolate, uma caixa de bombons ou um pacote de balas. Mas e na época em que o Brasil ainda era uma colônia? Como faziam as pessoas para comer um doce de sobremesa logo após o almoço ou jantar se ainda não existiam indústrias?
O consumo de doces no Brasil Colônia tinha influência dos portugueses, que trouxeram da Europa suas receitas, e das escravas negras. Na cozinha, era aproveitada a grande variedade de alimentos de origem brasileira, sobretudo as frutas que podiam ser encontradas por aqui.
Segundo publicação do Ministério da Educação (MEC), nas casas-grandes das fazendas produtoras de açúcar, as senhoras ensinavam as escravas a a fazer doces que uniam a fartura do açúcar – obtido a partir da evaporação da cana-de-açúcar – às frutas nativas brasileiras.
Aquelas trazidas pelos portugueses, como a goiaba e a banana, também faziam parte das receitas. De acordo com a publicação do MEC, existem mais de cem tipos de frutas diferentes no Brasil. Pêssego, goiaba, morango, uva, abacaxi e banana, por exemplo, são comumente usadas para produzir geleias e compotas. Mas há tantas outras que, quem mora mais ao Sul, pode nem sequer ter provado, como o açaí, o cupuaçu e o tamarindo, típicos das regiões mais ao norte.
Às cozinhas das senhoras das casas-grandes, as escravas levavam ainda a farinha de mandioca, o fubá, a abóbora e o cará. E de lá saíam ambrosias, doces de abóbora e de banana, cocadas, merengues e tapiocas, como conta o jornalista Alexandre Menegale, em reportagem para a revista Sabores do Brasil, do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Diz-se que o imperador D. Pedro II adorava doce de figo, e que Rui Barbosa era fã de doce de batata. A cajuada e a goiabada, segundo Menegale, eram doces da nobreza, largamente consumidos nas casas-grandes.
Mas muitos doces de origem portuguesa trazidos ao Brasil mantiveram suas receitas originais. Lá na península ibérica, as freiras introduziram o hábito de criar doces a partir das gemas dos ovos que sobravam do trabalho de engoma das suas vestes. Daí surgiram os quindins, os bom-bocados, os pudins, os papos-de-anjo e os manjares.
Ficou com água na boca? Então aprenda a fazer alguns doces que tiveram origem no Brasil Colônia assistindo aos vídeos abaixo.