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A Geografia e a culinária da festa junina!

Há muitos anos as festas se fazem presente no cotidiano das pessoas como exemplo de cultura popular. Uma das maiores expressões festivas do Brasil deriva do Nordeste e é lá que uma das grandes festas religiosas ganha uma forte expressão como identidade territorial, pois a festa junina é comemorada em maior número de cidades no país.

Todo mês de junho essa festa é marcada por decoração feita com bandeirolas, vestimentas usadas como vestidos de chita, camisas xadrez e chapéu, dança tradicional, brincadeiras, danças festivais de quadrilha, fogueira, fogos de artifícios, e claro, sua culinária.

A história da festa começa com São João Batista que era filho de Zacarias e Isabel, prima de Maria. Profeta, ele realizou batizados no Rio Jordão, inclusive o de Jesus. Assim como o Dia de Santo Antônio São Pedro, o Dia de São João é comemorado em junho e motiva festejos por todo o Brasil.

Em comemoração a estes santos, festas juninas são realizadas nesta época do ano em todo País, sobretudo nas regiões Nordeste e nos estados de São Paulo, Paraná, Goiás. Mas as festas juninas também se caracterizam pelas comidas, que podem variar de região para região. Canjica, quentão, milho cozido, curau e pé de moleque são alguns dos quitutes típicos desta época do ano.

Origem

Segundo o Portal Brasil, a festa junina era uma festa pagã em que, em algumas partes da Europa, celebrava-se a deusa da fertilidade, Juno, e a chegada do verão no hemisfério norte com fogueiras e festejos.

No Brasil, o festejo foi trazido pelos portugueses no período da colonização, e já tinha como contexto a celebração de santos. Por esse motivo, antigamente, a festa era chamada de joanina.

Por aqui, a festa ganhou contornos da cultura local, e incorporou tradições africanas e indígenas nas danças e nos alimentos. Veja abaixo alguns dos quitutes típicos das festas juninas e aproveite para fazer em casa:

Canjica

Uma das características da festa que marca o regionalismo nordestino é sua culinária, e dentro dela encontramos a Canjica. Esse prato acredita-se que tenha chegado ao Brasil junto com os escravos, mas isso é bastante controverso, pois a palavra canjica também é encontrada no idioma malalai, de uma região da Ásia. Outra possibilidade também é de ser proveniente do quicongo – língua na Angola falada pelos quicongos, e essa palavra significa para eles papa de milho cozido.

Aqui no Brasil esse alimento era muito comum nos quilombos e senzalas, que mais tarde foi adotado pela casa grande e ganhou novos temperos. Aqui no nosso pais a canjica é identificada por dois pratos distintos feitos com milho verde: no Centro-oeste, sul do Brasil e em São Paulo, o creme ou mingau de milho é conhecido como curau, e no Nordeste como canjica. Canjiquinha, é nome de um prato em Minas Gerais que é feito de grão de milhos duros quebrados no pilão e cozidos com costelinha de porco. 

Curau

Pé de moleque

Você sabia que o Pé de Moleque é de origem árabe¿ Pois é, o Pé de moleque chegou na Europa na Alta Idade Média, levada pelos árabes através de suas viagens na península itálica e na península ibérica. Aqui no Brasil o Pé de Moleque surgiu em meados do século XVI, no mesmo período em que a cana-de-açúcar chega na Capitania de São Vicente.  Aqui no nosso pais a rapadura, doce feito com mel de cana derivou do Pé de Moleque.

Esse doce é extremamente popular e relacionado a cultura caipira de nosso país, e não existe uma festa junina que não tenha um pé de moleque. A sua fabricação tradicional se dá através da mistura de amendoins torrados e moídos que mais tarde são misturados a rapadura. 

Quentão

A origem do quentão é marcada por falta de consenso. De um lado há aqueles que defendem que sua origem deriva do interior de Minas Gerais e São Paulo, quando a população resolveu adicionar alguns tipos de especiarias durante as festas de junho. E do outro lado existe os que defendem que a origem da bebida é ligada ao ciclo da cana-de-açucar, ainda nos primeiros anos de colonização. Porém, durante o século XX, com a intensa imigração de europeus para o Brasil, o vinho quente também ficou conhecido como quentão, principalmente no sul do país.

No livro “O dialeto caipira” do folclorista Amadeu Amaral, quentão é uma bebida de origem caipira. E o principal ingrediente para a preparação da bebida é a cachaça. O quentão tradicional e feito de açúcar e canela, mas seus ingredientes podem varias de região para região.

Link para fazer Quentão sem alcool e com frutas: