A culinária brasileira é marcada por sua diversidade de sabores e exprime o gênero de vida do seu lugar de origem. Essa diversidade de sabores, podemos elencar como um reflexo da pluralidade dos aspectos culturais, físicos, econômicos e sociais da formação histórica do nosso país, que ocorreu de forma diversa em suas diferentes regiões.
Dentro do nosso extenso território encontramos Belém, capital do Pará, que manifesta sua singularidade na culinária. Aqui nós iremos apresentar a origem de três pratos típicos paraenses: Pato no Tucupi, Maníçoba e Tacacá.
A cidade de Belém ficou entre as 47 cidades mais criativas do mundo pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A capital paraense foi reconhecida pela sua gastronomia.
Segundo o Portal Brasil, a gastronomia de Belém tem forte influência indígena, e entre seus pratos mais tradicionais estão a maniçoba, o tacacá e tucupi. Esses pratos podem ser encontrados em um local igualmente tradicional da capital paraense, a Estação das Docas, um restaurante às margens do rio Guamá.
Quem não está familiarizado com a culinária de Pará pode nunca ter ouvido falar nesses pratos. Veja abaixo o que são eles e um vídeo do programa da TV Brasil, que mostra um pouco da culinária em Belém do Pará.
Pato no tucupi
O pato no tucupi é um prato que marca a comemoração de uma das maiores festas religiosas da região paraense, o “Círio de Nossa Senhora de Nazaré”, uma das maiores festas religiosas do Brasil.
Constituído de pato, tucupi e jambu, o tucupi é um caldo amarelo extraído da mandioca e por isso precisa ser cozido durante uma semana. O pato assado é cortado em pedaços e fervido no tucupi, onde fica de molho por algum tempo. O jambu é fervido em água com sal, escorrido e posto sobre o pato servido com arroz branco e farinha de mandioca.
E o tucupi, esse líquido amarelo alaranjado, é o ingrediente que dá nome ao prato, é extraído da mandioca através de um longo processo de transformação de suas raízes. Para obter o tucupi, é preciso ralar os tubérculos de mandioca brava, em seguida espremer o sumo para extrair seu amido, e depois ferver durante um bom tempo para eliminar as substancias acidas que contém. O tucupi pode ser comprado em feiras e seu sabor pode variar de acordo com a mandioca utilizada.
E o jambu é uma erva típica do Pará, conhecido também como agrião-do-pará, é o que dá o toque final na preparação do prato. Originário da América do Sul, porém, é encontrado também no Madagascar e no sudoeste da Ásia.
Maniçoba
Esse prato também é um dos principais nas festas de Círios no Estado do Pará.
Usa-se tipicamente uma panela de barro ou de porcelana. O prato demora pelo menos uma semana para ser feito da maniva (a planta da mandioca), depois de moída, deve ser cozida durante pelo menos quatro dias com a intenção de eliminar o ácido cianídrico. Depois disso é acrescentado o charque, toucinho, bucho, mocotó, orelha, pé e costelas salgadas de porco, chouriço, linguiça e paio, praticamente os mesmos ingredientes de uma feijoada. É servido com arroz branco, farinha d’água e pimenta de cheiro a gosto.
Tacacá
O prato Tacacá foi descrito pelo antropólogo Câmara Cascudo no livro “História da alimentação no Brasil” (1967) como uma derivação de um tipo de sopa indígena. E um dos pontos mais interessantes a respeito da cultura do prato é que, por mais que ele seja advindo de uma culinária indígena, ele é especificamente um prato urbano. O tacacá é uma especialidade fundamental do Pará, porém é consumido em outros Estados da Amazônia como: Amapá, Roraima, Rondônia e no Acre. O tacacá é um alimento com uma origem difusa, apesar de ser considerado como um prato ameríndio.
O Tacacá é um mingau quase líquido servido em cuias e vendido pelas “tacacazeiras”, geralmente ao entardecer, na esquina das ruas das cidades paraenses, sobretudo Belém. É constituído de uma mistura que leva tucupi, goma de tapioca cozida, jambu e camarão seco.