Categorias
Cinerama

10 documentários para conhecer a Amazônia

Nos últimos anos, tornou-se algo frequente que, sobretudo em dias de inverno, nos meses mais secos na região Centro-Sul, em geral, julho, agosto e setembro, ocorra o fenômeno de escurecimento do céu, devido à uma densa camada de nuvens baixas e carregadas, em intensos tons de cinza, muitas vezes, acompanhada de uma forte névoa baixa que restringe a visibilidade.

Segundo especialistas, o fenômeno dos “dias escuros”, como ficou conhecido, é ocasionado pelo efeito atípico e combinado de duas situações: primeiro a chegada de uma frente fria nos estados dessa região, trazendo umidade do oceano por meio de ventos frios; e, segundo, a ocorrência de incêndios silvestres de grande magnitude que, geralmente, acontecem na Bolívia, no Paraguai na região do Pantanal e nos estados de Rondônia e Mato Grosso.

A chegada do ar frio bastante instável combinado com o material particulado sendo transportado a partir dessas áreas, como a fuligem em suspensão, gera uma camada densa, que impede a chegada de luz do Sol e prejudica a visibilidade ocasionando a obscuridade do céu.

Segundo os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos últimos anos a Amazônia tem registrado o dobro de focos de incêndio, em relação à década de 2000. Ainda conforme os dados, 31% dos focos de queimadas registrados, por exemplo, até agosto de 2021 localizavam-se em áreas que eram floresta até julho de 2018. Historicamente, na Amazônia, o uso do fogo é um dos estágios finais do desmatamento após o corte raso da floresta.   

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, com a maior concentração de água doce e maior biodiversidade do planeta. Ocupa a área de 8 países (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela) e do território da Guiana Francesa, sendo que aproximadamente 60 % da floresta está localizada no Brasil, abrangendo os estados do Pará, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins, abrangendo cerca de 4,5 milhões de km².

A Amazônia não é apenas o futuro do Brasil – ainda que grande parte da população brasileira nunca tenha posto os pés lá – mas também do planeta.

Para conhecer melhor a realidade da floresta Amazônica, indicamos alguns documentários que apresentam a diversidade natural e humana presente na região. Confira:

1 – Amazônia S/A (Sociedade Anônima)

“Uma região que continua desconhecida da maior parte da população, ainda que os brasileiros comam a carne, usem a eletricidade, vistam o algodão, bebam a água e pisem na madeira vinda de lá”. É assim que Fernanda Montenegro começa a narrar o documentário Amazônia S/A (Sociedade Anônima), que foi exibido em uma série de 5 capítulos (10 minutos cada) que encontram-se disponíveis no YouTube (veja aqui).

Estevão Ciavatta e a equipe da Pindorama Filmes viajaram mais de 10 mil quilômetros por água, terra e ar para tentar revelar uma sociedade que continua anônima para o Brasil. Em cada canto da imensa floresta, um universo particular. Não existe uma Amazônia. São muitas Amazônias.

2 – Amazônia – O Despertar da Florestania

‘Amazônia – O despertar da Florestania’ é um documentário que discute como a floresta amazônica e a própria natureza têm sido tratadas no Brasil desde o início do século XX, reunindo testemunhos de diversas personalidades da sociedade brasileira como André Trigueiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Benki Piyãko, Marina Silva, Lucélia Santos, Frans Krajcberg, Juca de Oliveira, Miriam Leitão, o sociólogo Sérgio Abranches, Victor Fasano, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Ailton Krenak, Paulo Adário e muitos outros que, de alguma forma, lutam para preservar esse precioso legado brasileiro. Rodado em locais como Roma, Nova Viçosa, Amazônia e Brasília, o filme leva ao surgimento do conceito de Florestania – palavra que sintetiza o conceito de cidadania e direitos florestais – e é o código genético de nossa identidade. Brasil é o nome de uma árvore e a Floresta Amazônica é a nossa joia mais preciosa.

3 – Amazônia Groove

Um retrato aprofundado, um mergulho apaixonado na música regional da Amazônia, especialmente a música característica do Pará, estruturado através da alternação entre as histórias dos músicos tradicionais da região ­ responsáveis pelo Boi Bumbá e por ritmos tradicionais das localidades, por exemplo ­ e a invasão da tecnologia que, recentemente, possibilitou o desenvolvimento de gêneros musicais como o tecnobrega.

4 – “Muito além da Fordlândia”

Diante de pressões políticas e econômicas enfrentadas pela Floresta, a produção Beyond Fordlândia (2017, 75 min) joga luz sobre a lacuna que conecta dois pontos críticos em sua história recente. O filme aborda a derrubada de 1 milhão de hectares de mata para o cultivo de seringueiras e a transição para a bem-sucedida monocultura da soja, que substitui enormes contingentes florestais por lucrativas commodities para o exterior.

5 – “Sob a Pata do Boi – como a Amazônia vira pasto”

Sob a Pata do Boi é um documentário que revela como opera a cadeia da pecuária na Amazônia, principal vetor de desmatamento da maior floresta tropical do mundo. A Amazônia tem hoje 85 milhões de cabeças de gado, três para cada habitante humano. Na década de 1970, o rebanho era um décimo desse tamanho e a floresta estava quase intacta. Desde então, uma porção equivalente ao tamanho da França desapareceu, da qual 66% virou pastagem. A mudança foi incentivada pelo governo, que motivou a chegada de milhares de fazendeiros de outras partes do país. A pecuária tornou-se bandeira econômica e cultural da Amazônia, no processo, elegendo poderosos políticos para defender a atividade.

6 –  “Guardiões da floresta”

Seguindo um ritual tradicional dos ancestrais, o cacique Olímpio Santos Guajajara pinta o rosto de vermelho com a tinta extraída de sementes de urucum, em preparação para uma operação de monitoramento na floresta amazônica. Ele é o líder de cerca de 120 indígenas Guajajara que se autodenominam guardiões da floresta e combatem a extração ilegal de madeira na Amazônia, onde a destruição da floresta atingiu em 2018 o nível mais alto em uma década, segundo dados do governo.

7 – “Waapa”

O documentário propõe um mergulho inédito na infância Yudja (Parque Indígena do Xingu/MT) e os cuidados que acompanham seu crescimento. O brincar, a vida comunitária e as influências de uma relação espiritual com a natureza, são revelados como elementos que organizam o corpo-alma dessas crianças.

https://www.videocamp.com/pt/movies/waapa

8 – Amazônia Selvagem: Berço da Vida

O documentário realizado pela canal de televisão National Geographic apresenta os milhares de quilômetros de floresta densa que escondem um mundo de histórias extraordinárias de adaptação e sobrevivência na Amazônia.

9 – “Encantadas”

“A terra é meu corpo, a água é meu sangue. Os rios são os caminhos que percorremos”. Esta é a fala inicial do mini-documentário de curta-metragem “Encantadas” que busca mostrar a resistência das mulheres ativistas na Amazônia. O filme é resultado da parceria entre o Centro Feminista de Estudos e Assessoria Cfêmea e outras 20 organizações feministas da região Norte. Para Antônia Barroso, única amazonense a aparecer no filme, foi durante o evento que ela percebeu a necessidade de se expressar a diversidade da mulher amazônica, mas também de mostrar as lutas “por trás de seus rostos”.

10 – Amazônia – CurtaDoc (“Uma Janela Para o Documentário Latino-Americano”)

O CurtaDoc é um espaço dedicado ao documentário latino-americano. O projeto nasceu em 2009 no Brasil como um programa para o SescTV, e desde 2011 é também um acervo online. No site podemos encontrar mais de 20 documentários e curtas sobre a Amazônia que retratam desde a cultura dos indígenas até os aspectos da urbanização na região. O CurtaDoc quer ajudar a promover o acesso, o intercâmbio, a integração entre os países e idiomas, valorizando a produção e difundindo o audiovisual como patrimônio imaterial.

Link para acesso: https://curtadoc.tv/curta_tag/amazonia/

2 respostas em “10 documentários para conhecer a Amazônia”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *